sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Politicagem: Esperança de Mudanças


Depois que sai do Brasil passei a me interessar pelo que acontecia no mundo da política nos lugares por onde andei. Quando os Estados Unidos passaram a ser minha casa, comecei a aprender sobre a política Americana e como ela afeta diretamente nossa maneira de viver. Talvez porque aqui a impunidade e a corrupção são muito menores comparados com o que vemos no Brasil.

O que mais me intrigou com a política Americana é o fato de que aqui existem apenas cinco partidos políticos, mas que 3 deles são praticamente irrelevantes restando somente os Democratas e os Republicanos.

Estes dois partidos são fundamentalmente diferentes em suas ideologias. Abaixo, algumas das diferenças que recentemente tem causado mais alvoroço e provocado divisões no que se diz respeito a ideologias políticas:



O contraste entre os dois partidos políticos nao poderia ser maior. As vezes fica difícil encontrar algo pelo qual os dois partidos políticos estão de acordo em suas ideologias... por isso as coisas não andam aqui nos Estados Unidos.

Apesar de discordar de algumas posições republicanas, minha tendência política e mais conservadora. Mesmo assim me considero um eleitor "independente."

BARACK HUSSEIN OBAMA...

Desde quando ele apareceu no cenário político eu não fui muito com onda dele. Formado em Direito, ele foi trabalhar nos subúrbios de Chicago como "Community Organizer" (tipo um trabalho missionário, mas sem a parte espiritual). 

Sua ascensão política foi meteórica. Do Senado estadual em Illinois, a Washington D.C. como Senador por apenas dois anos (um deles em campanha para a presidência).      

Minha preocupação era que ninguém o conhecia. Ninguém sabia com quem ele havia se associado antes de chegar aonde chegou e nem quais eram as suas convicções pois, ele chegou sem uma historia para demonstrar com atos quem ele era. 

Para ele conquistar "gregos e troianos" foi uma moleza, pois ninguém queria ouvir o nome George Bush. Obama conseguiu estampar seu oponente como um "clone do Bush." A mídia americana logo se engraçou com ele, pois o negrinho é realmente simpático e tem uma boa lábia. Mas sobretudo, por ser a mídia americana extremamente liberal, progressista e anti conservadora.       

Assim que o tal do "Hope and Change" ganhou as eleições. Me recordo que no dia em que Barak Hussein Obama foi declarado vencedor das eleições, ele se dirigiu aos seus súditos com uma mensagem de esperança muito emocionante. Minha esposa derramou algumas lagrimas enquanto eu assistia tudo aquilo sem me iludir. Hoje ela entende minhas preocupações de quatro anos atras. 

QUATRO ANOS DEPOIS...

O cara é fraquíssimo.  Mesmo com dois dos quatro anos de mandato com maioria total democrata no governo, o desemprego nos EUA foi de 7.8% a 8.3% (estes números não contam as pessoas que já nem procuram mais emprego). A média do salário anual caiu de $54.983 a $50.964. A gasolina subiu de $1.84 a $3.82 por galão. E a divida nacional foi de $10.6 trilhões a $16 trilhões...  e a culpa continua sendo do Bush.

MEU PROBLEMA  #1 COM BHO: SUA POSTURA COM RELAÇÃO AO ABORTO

Quem acompanha A Coluna do Adriano sabe muito bem que eu tenho motivos pessoais para me opôr ao aborto - além do fato de que como Cristão, entendo a posição da Bíblia quanto ao tema. Aqui nos Estados Unidos, devido a legalização do aborto, ocorrem uma média de 1.400,000 (um milhão e quatrocentos mil) abortos por ano. 

Mas não estamos falando somente do aborto que ocorre (com uma certa mais freqüência) nos primeiros 3 meses de vida do feto. Este número também inclui o que chamamos aqui de "late term abortions" ou seja, abortos executados a partir dos 4 meses e meio de gestação. O procedimento consiste na retirada parcial do feto do ventre da mãe, seguido pela inserção de um instrumento na cabeça do feto que suga toda a massa cefálica. Com isso, a cabeça do feto é esmagada e seus restos são retirados e jogados no lixo. 

Já sei. Você esta pensando que estou escrevendo sobre algo que acontece nas zonas rurais de algum lugar na Africa... mas não. Estou falando de uma prática comum nos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, hoje. 

A posição do atual presidente, Sr. Barack Hussein Obama é de que uma mulher não deve ser castigada com uma criança que ela não quer ter. No vídeo abaixo, durante sua campanha política em 2008, Obama cita suas filhas, e diz que "se elas cometerem um erro, não quero que sejam castigadas com um bebê." Ou seja que em sua opinião, assumir a responsabilidade é um castigo. 

De onde venho, a 20 anos atras chamávamos isso de "SER HOMEM". 




MEU PROBLEMA  #2 COM BHO: SUA POSTURA COM RELAÇÃO A ISRAEL

Meu maior problema com o Sr. Barak Hussein Obama é o fato de que ele simplesmente isolou Israel durante os últimos 4 anos. Os Estados Unidos sempre se colocaram ao lado de Israel e em tudo, sendo seu maior apoio político e militar.

Obama claramente não gosta de Israel. Um ano atrás ele disse que Israel deveria voltar a as suas fronteiras de antes de 1967, um insulto a qualquer Judeu.

Inúmeras vezes demonstrou frieza em seu relacionamento com o Primeiro Ministro de Israel, Netanyahu, enquanto se curvava ao Principe da Arabia Saudita. Nos últimos dias ele se negou a  encontrar com Netanyahu, alegando outros compromissos em um momento em que a segurança de Israel esta ameaçada pelas ambições nucleares do Irã.

Não concordo mesmo e me pergunto porque será.


Em 2008, muitos usaram seus votos como forma de protesto e empregaram Obama para um dos cargos mais importantes do mundo praticamente sem entrevista. Creio que o fato de que ele era negro e todo o fator histórico contido no "eleger uma pessoal da minoria" pesaram para que ele encontrasse graça aos olhos de muitos. Só espero que o povo Americano acorde em 2012.




MITT ROMNEY... 




Mesmo sem ser meu candidato favorito, quem tem "esperanças de mudanças" hoje sou eu - antes que os Estados Unidos cheguem ao estado em que se encontra Espanha, Portugal ou pior ainda: Grécia.

Mitt Romney tem uma batalha muito grande pela frente, pois luta não somente contra a maquina política de Barack Hussein Obama, mas também luta contra toda a mídia dos EUA que já nem disfarça mais sua preferencia por BHO.

Minha impressão é de que o "problema" do Romney e que ele é homem de negócios bem sucedido e milionário, bonito, casado com a mesma mulher desde os 22 anos, com 5 filhos que nunca escandalizaram, e é religioso (mórmon).

Como votar não é mandatório nos EUA, os candidatos tem duas tarefas principais: fazer com que seu eleitorado fiel participe das eleições, e convencer os "independentes" a optarem por um ou outro. Outra coisa interessante é que o ganhador não é aquele que recebe a maioria de votos do povo, mas aquele que acumula mais colégios eleitorais (???)





Assim que os próximos meses prometem e muito. Fico também na expectativa de que vocês ai no Brasil façam uma FAXINA em Taubaté, pois tenho acompanhado com terror os acontecimentos dos últimos anos ai na nossa cidade.

























4 comentários:

  1. Oi Adriano,

    Comecei a ler com bastante interesse seu post sobre a corrida eleitoral americana, mas não concordo com algumas de suas observações.
    1. Como a utilização de um termo racista para se referir ao presidente americano (“negrinho”), que em português soa muito pejorativo. Traduzido para o inglês, isto significa “negro”, um termo altamente ofensivo nos EUA. Vc poderia ter simplesmente escrito negro em português, que em inglês seria traduzido como African American.
    2. Mesmo sendo contra o aborto, vejo que muitos americanos usam isso como bandeira contra os democratas. Será que invadir um país como o Iraque em bases falsas de armas de destruição massivas, matando milhares de iraquianos não é tão horrível quanto um aborto? Para Deus não existe pecadinho e pecadão. Matar, não importa quem, é que é o problema.
    3. A Arábia Saudita tem sido aliada americana muito antes de BHO assumir o poder. Bush, pai e filho, sempre foram amigos da Arábia Saudita. Tanto que depois do 11 de setembro, a Arábia Saudita, mesmo claramente implicada nos atentados (15 dos 19 terroristas eram sauditas e é a maior nação que investe massivamente com doação de dinheiro a grupos reconhecidamente radicais) não foi investigada, nem invadida. Osama Bin Laden era saudita.
    4. Sobre apoio a Israel. Infelizmente muitas pessoas apóiam cegamente uma causa sem discutir ou analisar todos os pontos. No caso da nação secular Israel, o mesmo pode ser dito. Nem sempre Israel tem respeitado os direitos humanos de outras pessoas. Eu gosto muito dos pontos listados no artigo de John Piper sobre Israel, Árabes e a família de Deus. Veja http://www.desiringgod.org/blog/posts/israel-arabs-and-the-family-of-god . As fronteiras de 1958 aprovadas pela ONU não é assim uma terrível idéia. Israel se aproveitou da guerra contra o Egito (1967) para invadir a terra dos palestinos. Israel é povo escolhido por Deus sim, mas Deus não deixou de castigá-los quando eles pisaram na bola. Deus prometeu várias vezes que quando a nação se humilhar e lhe buscar, eles seriam abençoados. Ninguém tem o direito de atacar Israel, mas Israel também não tem o direito de se sentir acima da lei.
    A onda anti-americana que vemos no mundo é em grande parte devido ao sentimento de que os Estados Unidos sente-se no direito de interferir onde eles quiserem e tiverem interesse. Esperemos que o próximo presidente seja humilde suficientemente para saber distinguir quando precisa intervir e principalmente seja um homem de Deus, qualidades difíceis de encontrar em políticos sejam eles de qualquer país.
    Continuemos a orar por aqueles no poder e que o Senhor abençoe a nação americana!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Marli, muito obrigado pelo seu comentário e pela troca de ideias. Quando comecei a escrever aqui, quis começar com a historia da minha vida para que meus leitores entendessem que minhas opiniões foram forjadas pela minha historia de vida. Cada pessoa tem sua perspectiva, seu "worldview" baseado na sua própria experiencia.

      Sei que escrever sobre religião e politica é abrir uma porta para confronto de valores, mas como disse um bom amigo: Vamos concordar em discordar e fazer o Papai feliz.

      Vou responder aos seus comentários.
      1. RACISMO: Me desculpe se a palavra "negrinho" teve um tom pejorativo. Não foi minha intenção. Sempre peco para a Lucimara corrigir meus textos mas desta vez não. Ela sempre pega minhas gafes e oferece opções para que eu não cometa indelicadezas. No texto eu me referia ao fato de que as pessoas tem a tendencia de torcer pelo "underdog." Um tio postou um comentário no meu link no Facebook que confirmou minha observação: "...aqui no Brasil há uma certa simpatia pelo Obama pelo fato de ser negro e se identificar, por isto, com a maioria do povo brasileiro." Culturalmente eu seria considerado negro aqui nos EUA porque meu bisavô era filho de escrava... ser negro não afeta em nada minha visão sobre BHO.

      2. ABORTO: creio que não tem muito haver colocar dois temas tão polarizadores no mesmo paragrafo- Aborto e a Guerra (Iraque). Sobre o Iraque não vou comentar agora porque não esta no contexto do que eu desenvolvi meu ultimo post. Gostaria que vc me desse sua opinião (por exemplo) sobre "responsabilidade pessoal" no contexto do aborto.

      3. Quanto a Israel, historicamente os EUA e Israel são aliados incondicionais. Eu poderia ter dado outros 20 exemplos do descaso do governo BHO com Israel. O fato é que BHO esta se distanciando da postura que historicamente os EUA tiveram com Israel em um momento muito inoportuno.

      O surgimento da tirania se dá pelo vácuo de justiça. Eu creio que no contexto "natural" peace is attained through strength. Ou seja, se os EUA se mostrassem apoiadores incondicionais de Israel neste momento, o Irã não estaria tão próximo de se tornar uma ameaça nuclear. O problema é que em um determinado momento os EUA decidiram impor justiça sem um consenso internacional.

      O que tenho aprendido sobre os EUA e sua maneira de ver e entender o mundo e' que eles se sentem privilegiados por ser a nação mais desenvolvida e prospera em vários aspectos. Por esta razão, creem que tem a responsabilidade de usar esta prosperidade para influenciar e transformar. O problema e' que uma intenção tão honrosa e percebida como intromissão e imperialismo.

      Essa e' a perspectiva do próprio BHO. Ele vê os EUA como imperialista porque assim e' seu worldview. Se vc ler seu livro "Dreams of my Father" vc vai notar que uma pergunta fica com resposta incompleta... quais eram os sonhos de seu pai? Seu pai cresceu sobre domínio Inglês no Kênia. Seu avo deu sua vida pela liberdade do Kênia, foi torturado pelas forcas de Winston Churchil, etc. Vc acha que esta historia em seu próprio sangue influencia BHO hj? eu creio que não ha duvidas quanto a isto. Na minha opinião, BHO quer um EUA menor, menos influente e - baseado em sua perspectiva - respeitando mais a autonomia de outros países.

      Enfim, eu não apoio seu trabalho como presidente por vários motivos e alguns deles mencionei neste texto. Gostaria muito de que sua historia como presidente terminassem em 2012... vamos ver o que acontece.

      Um beijo!

      Excluir
    2. Adriano e Marli,

      Antes de tudo, gostaria de dizer que tenho orgulho de vocês pelos caminhos que trilharam em suas vidas e por perceber que vocês se tornaram verdadeiros cidadãos do mundo, se interessando e se informando de tudo o que acontece em todos os países que visitaram ou moraram por algum tempo, ou que criaram algum tipo de ligação, sem perderem o interesse pelo nosso Brasil.

      Realmente, o Adriano sempre me pede para revisar o texto antes de publicar, e se tivesse feito isso desta vez, certamente, eu teria feito o mesmo comentário da Marli sobre o uso do termo "negrinho", apesar de ter certeza de que não foi a intenção do Dri parecer racista. Dri, não vejo problema algum em alterar isso após a publicação do post... Se você achar que deve, é claro.

      Sobre o tema aborto ou mortes coletivas, concordo que não há pecadinho ou pecadão... Eu, como Cristã, também acho que ninguém tem direito de tirar a vida de ninguém, sou contra nos dois casos. E concordo com o Adriano que em relação ao aborto se houver responsabilidade, antes do ato, não será necessário chegar a este ponto.

      Agora, quanto aos conflitos dos EUA, Irã, Israel, e posição política, são assuntos que eu não domino tanto quanto vocês, mas que cada um tem sua opinião. E o legal de escrever é isso, estar aberto a receber críticas, elogios e outros pontos de vista! E é assim que eu vejo o comentário da Marli sobre o post do Dri, um complemento do post, uma outra visão de um assunto tão polêmico!

      Parabéns, Dri pelo post, Marli, pelo comentário!

      Adoro vocês!

      Beijos

      Excluir
  2. Oi Adri,

    Eu vou contra a corrente, pois gosto de discutir religião e política, somente futebol não conheço nada.
    Bom, vamos lá. Como disse antes, sou contra aborto e concordo com vc sobre responsabilidade pessoal. A prevenção deveria ser o foco, mas infelizmente ninguém gosta de arcar com as conseqüências de seus atos e prefere colocar a culpa em alguém, algo ou no sistema.
    Meu comentário sobre o que é pior, matar fetos ou pessoas, deve-se ao fato que aqueles contra os democratas sempre usam este argumento para dizer que não podem votar em alguém que é a favor da morte de inocentes. Bom, eu acredito que matar fetos ou pessoas é tão ruim quanto, e simplesmente utilizei a guerra do Iraque como exemplo.

    Sobre Israel, vc disse que “O surgimento da tirania se dá pelo vácuo de justiça. Eu creio que no contexto "natural" peace is attained through strength. Ou seja, se os EUA se mostrassem apoiadores incondicionais de Israel neste momento, o Irã não estaria tão próximo de se tornar uma ameaça nuclear.”
    Eu acho que ‘natural peace is attained through negotiation and concessions’. O problema de apoio incondicional é que nos colocamos acima da lei e fechamos os olhos para injustiças e abuso de poder. O bom mediador deve ser imparcial e lutar pelo que é correto, tendo os interesses de ambas as partes como foco central.

    Vc acrescenta sobre a influência americana: “...crêem que tem a responsabilidade de usar esta prosperidade para influenciar e transformar. O problema e' que uma intenção tão honrosa e percebida como intromissão e imperialismo.”
    A visão imperialista americana deve ao fato que ela não utiliza seu poder em países “desinteressantes” ou que não lhe darão nenhum benefício. Por que os EUA não interferem no Darfur, no Sudão, na Síria? Eles invadiram o Iraque sem o apoio da ONU. No Iraque e Líbia, muitos dos multimilionários contratos de petróleo, construção ou segurança estão nas mãos de empresas americanas. O que os americanos acham da Blackwater Security Company?

    Na minha experiência muitos americanos de nível médio e mesmo superior tem total desconhecimento de relações estrangeiras, história e geografia. Como jornalista posso lhe dizer que a mídia americana deixa a desejar. A maioria de seus noticiários são bairristas e falam de assuntos locais. Para mim a melhor mídia (mais imparcial e abrangente) é a francesa. Um exemplo simples, tenho uma amiga americana jornalista, que quando eu lhe disse que estava difícil encontrar um emprego como jornalista pois não era nativa em inglês, me disse porque eu não dava aulas de espanhol. Tenho uma outra amiga americana, professora de inglês, que dá aula para uma brasileira e que assim que me conheceu disse que sua melhor amiga nos States era brasileira. Ela também achava que falávamos espanhol e até discutiu comigo que sua amiga lhe havia dito que falava espanhol. Tenho certeza que vc já passou por situações como essas. Infelizmente a média dos americanos, mesmo com ensino superior, não se interessam em conhecer um pouco mais sobre os outros países, que dirá ‘foreign affairs’.
    Tenho uma grande admiração pelos americanos, maior nação com número de pessoas que doam para caridade e missões. Meus pastores são americanos e têm um grande amor para compartilhar a palavra de Deus. Portanto, procuro dar crédito naquilo que eles merecem crédito, mas sou muito crítica à maneira com que o governo americano se comporta nos assuntos internacionais.

    Sobre os assuntos internos dos States e das eleições, não posso dizer nada, pois não estou vivendo lá, mas sinto muito que no momento os americanos têm que escolher somente entre Romney e Obama.

    ResponderExcluir